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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Personal Learning Environment – Bibliografia anotada




Attwell, G. (2007). Personal Learning Environments - the future of eLearning?.  ELearning Papers Vol 2, Nº 1, January 2007. Disponível em: http://www.elearningeuropa.info/files/media/media11561.pdf

Descrição: Artigo sobre o papel central dos personal learning environments (PLE’s)  na aprendizagem do futuro, sendo uma questão pedagógica e não técnica, embora reflexo da evolução tecnológica. Os PLE’s são uma nova abordagem da utilização das TIC na educação e revolucionam o papel dos professores e dos estudantes no processo de ensino e aprendizagem.
O autor refere a questão da validação da aprendizagem informal já reconhecida pela maioria dos países europeus que encontraram formas para efetuar o seu reconhecimento, considerando que a aprendizagem formal representa apenas 20% das aprendizagens adquiridas para o desempenho profissional. Apesar disso, tem sido dada pouca importância a este tipo de aprendizagens no âmbito das tecnologias da educação. Em contraponto, os PLE’s vêm permitir a inclusão de todo o tipo de aprendizagens e de todos os estilos de aprendizagem, uma vez que é personalizado pelo próprio estudante consoante as suas necessidades e expectativas. A utilização das ferramentas da Web 2.0 veio facilitar a partilha, a pesquisa, a produção de artefactos, a discussão, o trabalho colaborativo, tudo como forma de construção de conhecimento. O estudante constrói o seu PLE, escolhendo as ferramentas e os serviços que considerar adequados ao seu processo de aprendizagem, seguindo as orientações do professor ou na perspetiva da aprendizagem autodirigida, mas sob o seu controlo. Os PLE’s conferem mais responsabilidade e mais autonomia aos estudantes e conjugam o papel das escolas com o mundo exterior, real.
O autor refere ainda várias instituições de ensino e empresas que incentivam os seus estudantes e trabalhadores a utilizarem ferramentas da Web 2.0, nomeadamente os blogues, como forma de aprendizagem na ótica do trabalho colaborativo.

Avaliação: Este artigo é bastante claro quanto ao papel dos PLE’s no novo paradigma educacional, reflexo do novo paradigma social.
A sociedade atual coloca no individuo a responsabilidade pela manutenção da sua empregabilidade, obrigando-o a seguir o ritmo alucinante da evolução tecnológica. Nestas circunstâncias, a perspetiva da aprendizagem ao longo da vida torna-se uma questão premente. Habilitar os estudantes a saberem construir o seu percurso de aprendizagem é fornecer-lhes ferramentas para, no futuro, poderem continuar a sua formação de forma autónoma e responsável.

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Nascimento, M. A. (2012). Personal learning environments: um pretexto para (re)pensar a aprendizagem em plataformas digitais. In Monteiro, A., Moreira, J. A. & Almeida, A. C. (2012). Educação Online: pedagogia e aprendizagem em plataformas digitais (pp. 97-109). Santo Tirso: De Facto Editores.

Descrição: Capítulo VI do livro referenciado. A autora pretende questionar, fundamentar e clarificar a mudança que o modelo de personal learning environments (PLE’s), em conjunto com a Web 2.0 e o e-learning 2.0, está a causar no paradigma de ensino e aprendizagem. Começando por apresentar uma conceção de PLE a autora verifica, apesar da diversidade de perspetivas, existir uma tendência para “… a enfâse na reunião das componentes humana (pessoas e comunidades) e material (ferramentas e recursos) interagindo de um modo informal e solto.” (p. 98). Desta forma, os PLE’s apresentam a vantagem de integrar “… aprendizagens formais e informais, interesses pessoais e profissionais, trabalho individual e colaborativo…” (p. 98) ao mesmo tempo que “… permite diferentes tipos de concretização e implementação, articulando com variadas abordagens pedagógicas.” (p.98).

É apresentada a construção do PLE como o primeiro passo para a criação de redes pessoais e profissionais de aprendizagem que procuram desenvolver nos sujeitos capacidades e competências e que se suportam na sua motivação para uma participação ativa e continuada, na perspetiva da aprendizagem ao longo da vida como resposta às exigências da sociedade atual.
Tendo em vista este objetivo, a autora considera que o conceito de self directed learning (SDL - aprendizagem autodirigida) é fundamental. Sobre este conceito, são destacadas três dimensões: a dimensão psicológica que remete para o controlo psicológico sobre a própria aprendizagem e que envolve aspetos da personalidade, de motivação, processos cognitivos e metacognitivos; a dimensão pedagógica que controla o processo de aprendizagem e a dimensão social que congrega variáveis contextuais, situacionais e interações em contextos informais ou formais. Verifica-se também que a autodiretividade da aprendizagem requer uma determinada maturidade cognitiva mais frequentemente encontrada nos adultos e em sujeitos com elevado nível de instrução, o que conduz à importância da promoção  da autodiretividade na aprendizagem e da personalização do ensino e da aprendizagem, fundamento dos PLE’s.
Os papéis e as tarefas de e-moderação e de e-mediação são fatores cruciais para o sucesso da implementação de comunidades de aprendizagem online. Deste modo, as características dos ambientes de aprendizagem, os aspetos motivacionais, as literacias e capacidades exigidas, as atividades a desenvolver e as questões com a autoria, a privacidade e a ética, são domínios a ter em conta para criar ambientes com componentes e condições favoráveis ao crescimento cognitivo dos aprendentes. A acrescer a estes fatores a autora refere dois outros aos quais o aprendente deve dar atenção: a dimensão semiótica, relativa à forma de disseminação da informação, ferramentas e formatos utilizados, forma de armazenamento e a dimensão económica, que diz respeito ao valor do conhecimento e à relação custo-benefício, tão importante na atual sociedade de matriz financeira. Relativamente a este aspeto, há que questionar a desvalorização da aprendizagem informal não certificada e insistir na questão da avaliação como meio de validar aprendizagens e assim valorizá-las, no sentido de adquirirem valor económico para o individuo, o que lhe permitirá tomar decisões informadas sobre o que, quando e como aprender.

Avaliação: Artigo bastante atual sobre o conceito de personal learning environment.
Destaco duas questões abordadas: a questão da aprendizagem autodirigida como instrumento da construção de um PLE e a questão da atribuição de valor económico ao conhecimento. Relativamente à aprendizagem autodirigida, considero relevante a necessidade da personalização do ensino e da aprendizagem, uma vez que o adulto, tendo a consciência do que quer e para quê, encontra-se muito mais motivado para a aprendizagem num ambiente que vá de encontro às suas aspirações e expectativas, construindo-o à medida das suas necessidades. Ao atribuir significado às suas aprendizagens, constrói o seu conhecimento.
No que se refere à atribuição de valor económico ao conhecimento, este é mais um fator de motivação para o sujeito. Sendo uma constatação da realidade dos factos e do funcionamento da sociedade capitalista em que vivemos, conferir carga económica ao conhecimento é uma constatação bastante triste…



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