Como todos sabemos, contar
histórias (story telling) é uma
prática ancestral e terá mesmo sido outrora, a principal forma de transmissão
do conhecimento entre gerações. Atualmente, talvez pretendendo manter a
tradição mas adaptando-a à era digital, o Digital Storytelling é uma técnica que
pode ser utilizada no ensino e que consiste em pedir aos estudantes que contem
uma história, utilizando ferramentas digitais, em formato de vídeo. Para que essa
prática se revele eficaz, Lambert (2010) identificou os seguintes sete
pressupostos:
1 – A história
deve ser contada na primeira pessoa, a partir das suas experiências;
2 – A história
deve partir de uma questão que só será resolvida no seu final;
3 – A história
deve provocar emoções na audiência;
4 – A duração
do vídeo deve ser entre dois e quatro minutos;
5 – A cadência
do desenrolar da história deve ser adequada ao seu conteúdo, mais lento ou mais
rápido conforme exigirem os acontecimentos descritos;
6 – A inclusão
da gravação da voz do “produtor” do vídeo permite imprimir emoção ao conteúdo
descrito e envolve os estudantes, dando-lhes um sentimento de posse do seu
artefacto;
7 – A banda
sonora é opcional na produção do vídeo mas, utilizada adequadamente, valoriza o
produto final, podendo, não só acrescentar conteúdo, como fazer parte da
própria história.
Na produção deste tipo de
artefactos há sempre que ter em conta os direitos de autor, quer na utilização
de músicas como de imagens e mesmo de ferramentas. O que nos leva à nossa
segunda questão:
As licenças Creative Commons permitem
saber qual a utilização permitida para a maioria dos artefactos encontrados na
Web. Os produtos podem estar totalmente protegidos contra utilização e
divulgação, podem ser autorizados para fins não comerciais, pode ser dada
autorização apenas para divulgação, mas não para edição, só para fins educacionais
ou podem ser de uso totalmente livre. Embora as licenças Creative Commons não
garantam a liberalização dos direitos de utilização e divulgação (é sempre bom
confirmar!), o web site da CC oferece uma galeria diversificada de recursos agregados
por categorias. Embora a tendência seja para a liberalização dos conteúdos, os
países têm diferentes políticas de proteção dos direitos de autor, que a
Creative Commons tem vindo a considerar. Para a educação, a liberalização dos
conteúdos é, sem dúvida, um benefício importante, alargando o acervo disponível
e permitindo uma verdadeira partilha do conhecimento. No entanto, nesta fase
inicial do nosso trabalho, colocam-se, ainda, algumas dúvidas, que nos foram
colocadas em forma de desafio na UC de Ambientes Virtuais de Aprendizagem:
“ - Quando publicamos algo original, devemos atribuir-lhe uma licença?
- Quando partilhamos algo nosso, sem nenhum tipo de licença, passa a
ser domínio público?
- O que fazer, quando não queremos ceder direito?”
Referências:
- 7 Things You Should Know About Creative Commons, Educase Learning Initative. Disponível em: http://net.educause.edu/ir/library/pdf/ELI7023.pdf
- 7 Things You Should Know About Digital Storytelling, Educase Learning Initative. Disponível em: http://net.educause.edu/ir/library/pdf/ELI7021.pdf
- Glen Bull, Sara Kajder (2004), Digital Storytelling in the Language Arts Classroom, 46-49. In Learning and Leading with Technology 32 (4). Disponível em: http://www.digitalstoryteller.org/docs/DigitalStorytelling.pdf
- Lambert, J. (2010), Digital Storytelling Cookbook. Disponível em: http://www.storycenter.org/storage/publications/cookbook.pdf
- Matthews-DeNatale, G., Digital Storytelling Tips and Resources, Educase. Disponível em: http://net.educause.edu/ir/library/pdf/eli08167b.pdf
ResponderEliminarA propósito das dúvidas apresentadas, remeto para uma publicação da nossa colega Laura Ramos, que embora não frequente esta UC ainda, faz um comentário neste enquadramento:
http://elauri.wordpress.com/2012/12/09/creative-commons/